Opiniões quentes correm sobre o destino do Facebook. “Especialistas”, Jornalistas e pesquisadores estão descontentes com as últimas mudanças no algoritmo do Facebook.
Mas até onde é apenas desabafo e frustação e onde começa a razão e a opinião imparcial?

Como tudo isso começou?

Tudo começou com uma alteração na rede social. Uma alteração que diminuiu muito o alcance das fanpages. Da noite para o dia, páginas com milhões ou milhares de fãs tiveram seu alcance orgânico “reduzido”. Essa mudança teve um forte impacto no universo que envolve o Facebook.

Por que as empresas estão decepcionadas com o Facebook?

Essa redução no alcance tem impacto direto nos resultados. Resultados baseados em números (Preste atenção nessa palavra: Números). Fica difícil explicar para os gestores como números que estavam tão atraentes, caíram tão bruscamente. Fica mais difícil ainda quando não entendemos o que aconteceu.

Do ponto de vista das marcas e das empresas de comunicação

O Facebook adotou uma política mercenária focada em dinheiro e anunciantes. A diminuição tem como único objetivo obrigar as empresas a investirem mais dinheiro em anúncios. Simplificando, só aparece quem paga. Porém, essa não é simplesmente uma mudança diabólica da empresa para ganhar mais dinheiro. Há mais coisas por trás dessas mudanças.
A Proxxima divulgou uma pesquisa da Ogilvy falando sobre a queda de engajamento. A pesquisa avaliou diversas fanpages em forma de números. Disseram que os números caíram. Essa análise faria sentido para um canal de massa unidirecional, um jornal ou uma TV.
Estamos falando de uma rede social, um site que responde ao comportamento dos usuários (bidirecional). Quem trabalha com redes sociais, sabe que o ponto mais importante é a qualidade da informação. A análise apresenta apenas os números que já são de conhecimento geral. Os números de engajamento caíram e isso não é uma novidade.
Nessa pesquisa, não temos como saber a qualidade da comunidade e a qualidade do conteúdo das fanpages. Isso tem impacto direto no resultado, pois quanto mais pessoas REALMENTE interessadas melhor será seu resultado.

 

Do ponto de vista do usuário

Para aquele cidadão digital, essa mudança tende a ser benéfica! As empresas costumam dizer: “-Se o cliente curtiu minha fanpage, ele gostou do meu conteúdo e deve receber todas as atualizações”. Esse argumento não é verdade. Não é tudo que achamos interessante.
Eu gosto de meus amigos e nem todos postam coisas interessantes o tempo todo. Simples assim.

Imagem 1 - Capa de três jornais colocadas lado a lado. Essa é uma analogia para tentar explicar como que funciona essa mudança no algoritmo do ponto de vista dos usuários. A primeira e a segunda são capas com muito conteúdo e muitas empresas anunciando.

Imagem 1 – Capa de três jornais colocadas lado a lado. Essa é uma analogia para tentar explicar como que funciona essa mudança no algoritmo do ponto de vista dos usuários. A primeira e a segunda são capas com muito conteúdo e muitas empresas anunciando.

Porém, esta é uma mudança quase imperceptível para os usuários. As pessoas verão menos anúncios e conteúdo de fanpages.

Do ponto de vista do Facebook

A mudança foi criada pensando na relevância do conteúdo. Cada conteúdo que você publica não é mostrado para 100% dos seus amigos. Inicialmente, seu post é apresentando para uma parte das pessoas que te acompanham. Conforme as pessoas vão reagindo e interagindo com o conteúdo. O objetivo principal é mostrar coisas interessantes para pessoas que desejam ver aquilo.
Seguindo esse mesmo raciocínio, um anúncio é tratado como um conteúdo até certo ponto. De forma que um anúncio pode chegar a ser ocultado se sua relevância é baixa.

A personalização do conteúdo através do comportamento digital

Os algoritmos são nossos novos curadores de conteúdo. Sites como Facebook, Google e muitos outros utilizam esses algoritmos para qualificar que tipo de conteúdo deve ser mostrado para o usuário. As mudanças nesse algoritmo geralmente são invisíveis e imperceptíveis. E sim, eles são constantemente atualizados.

Dessa forma, os sites personalizam seus resultados conforme cada tipo de usuário. A palestra de Eli Pariser pode ser muito esclarecedora. Vale a pena, assistir até o final para entender o que seria esse tal “Filtro Bolha”.

Menos quantidade e mais qualidade

O fluxo de informação nas redes sociais é crescente. O número de usuários ativos vem crescendo e é natural que a rede evolua junto. Ninguém consegue manter cinco mil amigos ativos e interagir com todos. Some o número de amigos que você tem ao número de fanpages que você curte e multiplique pelo número de postagens.

Essa mudança vai contra o movimento de “orkutização”, tentando dar prioridade para as informações mais relevantes.

Isso não é nenhuma novidade

Na verdade, isso já aconteceu antes. Antigamente, o Facebook tinha muitos jogos. Era comum você ouvir o termo Social Games pra lá e pra cá. OK, mas o que isso tem a ver com essa mudança de algoritmo? Bom, naquela época era muito comum recebermos milhares de notificações de games. Você lembra disso? A mudança no Facebook ocultou e continua ocultando muitos desses jogos tentando mostrar pra você um ou outro jogo que tem relevância. Muitas empresas de games sofreram com essa mudança repentina, porém não houve tanta evidencia da mídia como atualmente.

Em resumo, a mudança foi ruim para as empresas e foi boa para os usuários.

Essa não será a primeira e nem a última vez que o Facebook mudará seu algoritmo. Essa mudança será realizada sempre que for necessária.

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