A inovação narrativa de Black Mirror – Bandersnatch e a insatisfação do ser humano.

Black Mirror é uma série produzida pela plataforma de streaming Netflix, considerada famosa na atualidade, por tratar de assuntos relacionados ao futuro e tecnologia. Os episódios são conhecidos por surpreender o público e com a produção de um longa da série, não seria diferente!

A Netflix lançou Black Mirror – Bandersnatch no dia 28 de dezembro de 2018, a premissa conta a história de um jovem programador que começa a adaptar um romance fantástico para videogame e põe em questão a própria realidade. A inovação entra em questão na narrativa, quando você, o espectador, pode fazer as escolhas para o personagem até que o final chegue, podendo ter até 5 realidades diferentes. 

A história não possui um nexo e muito menos tenta explicar o que vai acontecer a partir das escolhas feitas. Você pode ser colocado numa situação em que tenha de escolher algo considerado “errado” pela sociedade, acolhendo a ideia na qual os produtores querem passar, a sensação de liberdade e de que se é livre para fazer as escolhas do protagonista.

Após fazemos todas as escolhas, somos levados para uma das alternativas de final do filme, nos damos bem no profissional, porém não nos damos bem com relacionamentos e vamos para a cadeia…

Entrando o seguinte pensamento:

Por que nunca estamos satisfeitos?

A inovação narrativa dá a oportunidade de você retornar e fazer as escolhas de novo, chegando em outro final insatisfatório, indo mal no profissional e bem nos relacionamentos…

Nós sempre queremos ser 5/5 nas nossas vidas, como se fosse um jogo.

Será que as coisas na realidade precisam estar 5/5?

A construção de um filme com jogabilidade é o que me surpreendeu quando esse filme foi lançado.

Além da “moral da história” que Black Mirror – Bandersnatch passa:

Temos realmente liberdade em nossas vidas?

Podemos fazer escolhas sem nos preocupar?

Estamos sempre buscando a nota máxima em todos os quesitos? 

Escrito por: Claudia Barbosa

Claudia Barbosa, conhecida pelos seus brincos criativos, fã de cinema, louca dos signos, fotógrafa, sua marca registrada são os aliens. Formada em Audiovisual, adora conversar sobre cinema e sobre o universo, o assunto raramente morre quando Clau está perto, amante das artes, principalmente dramáticas, sendo seu maior foco a poesia.